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Lipodistrofia: o que é, como funciona e técnicas de correção

Lipodistrofia, você sabe o que esse termo significa?

Se você chegou até aqui, provavelmente já ouviu falar dele ou então quer saber mais a respeito.

Afinal, vivemos em tempos nos quais a satisfação com a beleza e bem-estar é algo valioso.

Dessa forma, é natural o aumento na procura por tratamentos para amenizar as imperfeições.

Criamos então esse texto, ancorado na literatura científica, no qual explicaremos o que é a lipodistrofia, como funciona seu mecanismo e as técnicas de correção.

Você também vai ficar por dentro dos principais tipos de lipodistrofia e como identificá-los.

Boa leitura!

DESCUBRA NA LEITURA DESSE TEXTO

  • O que é lipodistrofia?
  • Como ocorre a lipodistrofia?
  • Tipos de lipodistrofia
  • Como tratar: técnicas de correção da lipodistrofia

O que é Lipodistrofia?

Lipodistrofia pode ser conceituada como a distribuição anormal de gordura na região subcutânea, localizada entre a pele e o músculo.

Essa disposição assimétrica de gordura pode ser por aumento (hipertrofia) da deposição nos adipócitos ou diminuição/ausência (atrofia).

São variadas as causas para a lipodistrofia.

Dentre das principais podemos citar:

  • Fatores hereditários/síndromes genéticas
  • Pacientes em uso de TARV para o HIV
  • Esclerodermia
  • Uso de medicamentos sistêmicos e locais como insulina e corticoide.

Sem dúvida, na maioria das vezes é facilmente visualizável a distorção volumétrica corporal ocasionada pela lipodistrofia.

Por isso, muitos pacientes procuram atendimento especializado para as correções.

Com o intuito de deixá-lo bem informado, logo a seguir discorreremos mais detalhadamente sobre os principais tipos.

Como ocorre a Lipodistrofia?

A lipodistrofia, de forma mais geral, pode ser classificada em 2 mecanismos distintos:

  • Lipoatrofia: ocorre uma diminuição significativa da gordura no subcutâneo.

Costuma ocorrer com maior frequência na face, bumbum, e coxas, por exemplo.

  • Lipohipertrofia: a lipodistrofia hipertrófica localizada pode ser definida como acúmulo local de tecido adiposo a partir da hiperplasia dos adipócitos (células de gordura).

Por certo, fatores hormonais e genéticos estão relacionados com a predisposição individual para esse depósito de tecido gorduroso em determinadas partes do corpo.

É comum nesse caso a chamada lipodistrofia abdominal, ou seja, o acúmulo de gordura de forma mais acentuada no abdome.

Além disso, fatores externos também colaboram para esse efeito:

  • Excesso de peso
  • Sedentarismo
  • Má postura
  • Alimentação inadequada com excesso de açúcares e gorduras, por exemplo.

Se questione:

Você já sentiu que fez dieta, malhou, malhou e aquela gordurinha continua ali?

Mal distribuída? Que falta volume em alguns locais e sobra em outros?

Saiba que a lipodistrofia localizada, como a lipodistrofia abdominal, costuma ser um tecido adiposo mais difícil de ser eliminado.

Por isso a importância de associar aos exercícios e dieta procedimentos estéticos para tratamento e instituir controles para prevenir novo acúmulo lipídico.

Diagnóstico

Antes de tudo, há que se salientar que o diagnóstico da lipodistrofia é essencialmente clínico.

O médico responsável deve fazer uma anamnese bem conduzida, em que questiona hábitos de vida, fatores alimentares, hormonais, familiares, histórico de doenças do paciente, por exemplo.

Além disso, deve-se realizar um exame físico bem conduzido nesse paciente.

De maneira idêntica, auxiliam ainda nesse diagnóstico o cálculo do IMC (Índice de Massa Corporal), a utilização de exames complementares, caso necessário, como Raio-X, ultrassom, densitometria, tomografia computadorizada e ressonância magnética, segundo o julgamento do médico.

Logo após a explicarmos em linhas gerais, vamos agora entender mais sobre os tipos de lipodistrofia?

Freepik, 2023.

Tipos de Lipodistrofia

Antes de mais nada, começaremos agora a tratar especificamente dos principais tipos de lipodistrofia.

Lipodistrofia em pacientes em uso de TARV para HIV

Pacientes em uso de TARV (terapia antirretroviral) para HIV costumam desenvolver lipoatrofia em algumas áreas do corpo e lipohipertrofia em outras como efeitos colaterais da medicação.

Essa lipodistrofia decorre da toxicidade de drogas utilizadas na terapia antirretroviral.

Normalmente a perda de gordura(lipoatrofia) ocorre na região da face, nádegas, membros superiores e inferiores, enquanto é possível perceber acúmulo (lipohipertrofia) na região do abdome, cervical(giba) e mamária.

Fenotipicamente, a pele torna-se mais adelgaçada e permite a visualização quase que anatômica dos grupamentos musculares e vasos sanguíneos superficiais em braços e pernas, por exemplo.

Tais alterações podem ocorrer em conjunto ou de forma isolada.

E qual a importância de corrigir esses efeitos colaterais?

O tratamento da lipodistrofia busca minimizar as alterações anatômicas decorrentes do uso de antirretrovirais, influenciando diretamente na estabilidade emocional e psiquiátrica das pessoas.

Isso porque, com a perda da autoestima, pode ocorrer até mesmo o abandono do tratamento e piora do quadro clínico do paciente como consequência.

Da mesma forma, outro fator que merece atenção nos pacientes em uso de TARV é a probabilidade de aparecimento de lipomas (tumor benigno constituído por adipócitos) junto com a lipodistrofia.

A clínica do paciente acometido pelos efeitos colaterais da TARV não raro conta:

  • Com alargamento da região cervical posterior, com formação de gibas, à semelhança do que ocorre na síndrome de Cushing
  • Perda progressiva da gordura facial, devido especialmente à diminuição da gordura malar (gordura de Bichat)
  • Diminuição da gordura temporal, causando o surgimento de sulcos cutâneos com o enrugamento da face e evidenciação da morfologia do arcabouço ósseo.

Logo adiante tratamos a respeito de como a utilização de uma técnica preenchedora definitiva, pode, por exemplo, contornar essa situação.

Continue acompanhando!

Lipodistrofia Insulínica

Você sabia que pacientes acometidos pelo Diabetes Mellitus(DM), especialmente o tipo 1, também podem ter lipodistrofia?

Isso pois esse subtipo de DM exige a aplicação constante de insulina. Explicamos…

Quando a área de aplicação não sofre “rodízio”, surgem nódulos, inchaço e endurecimento da pele devido ao local estar constantemente repleto de material insulínico.

De maneira idêntica, outro fator seria o reuso da agulha de aplicação, que colabora com as lesões fibrosas e pobremente vascularizadas na região.

Os locais que apresentam lipodistrofia levam à absorção irregular da insulina, podendo causar até mesmo hipoglicemia imprevisível ou hiperglicemia nesses pacientes.

A alteração do tecido subcutâneo é mais frequente com o uso de insulinas de ação intermediária (NPH) e de longa duração (detemir, glargina e degludeca).

Isso se deve por estas insulinas permanecerem por mais tempo nesse tecido.

Para estender o tempo de ação destas insulinas, elas formam um depósito no subcutâneo, sendo liberadas gradualmente para a corrente sanguínea, ou seja, quanto maior o tempo de ação, mais tempo ela permanece depositada.

Logo, maior a probabilidade de ocasionar um desfecho lipodistrófico.

Lipodistrofia Ginoide (celulite)

Resolvemos trazer esse ponto ao texto, pois pode ser que você o encontre nas suas buscas.

Lipodistrofia ginoide nada mais é do que um termo científico para a popular “celulite”.

Simplificadamente, caracteriza a deposição de gordura e tecido fibroso que causam ondulações na pele.

Como consequência, essa alteração dermatológica cria o aspecto indesejado de “casca de laranja”.

Para saber mais a respeito desse tema e como ele se relaciona ao PMMA, clique aqui.

Há um texto inteirinho te esperando!

Lipodistrofia Trocantérica

A lipodistrofia trocantérica é basicamente a deposição de gordura mais acentuada na região do culote.

Um verdadeiro incômodo, principalmente para a mulherada!

É atribuída a diversos fatores, hormonais e, principalmente, hereditários.

Uma teoria que discute a respeito é a teoria adipocitária.

Segunda ela, na região trocantérica da mulher, haveria uma maior expressão de adipócitos com os receptores do tipo alfa-2, sensíveis aos mediadores do sistema adrenérgico.

E o que isso tem a ver?

Significa, em resumo, que há uma maior dificuldade para melhoria da deformidade nessa região, apesar das perdas ponderais(de peso) do restante do corpo.

Ou seja, a paciente se esforça para emagrecer, mas não consegue perder a gordurinha localizada no culote.

Essas pacientes possuem o corpo ginecoide típico: pelve maior que o tronco, mamas pequenas e braços finos.

Passemos agora a um dos pontos mais importantes, o tratamento.

Como tratar: técnicas de correção da Lipodistrofia!

Freepik, 2023

Você pode estar se perguntando: existe correção da lipodistrofia?

A resposta na maioria dos casos é, sim!

Resolvemos então selecionar, dentre as opções para correção, algumas técnicas em específico:

PMMA

O PMMA, ou Polimetilmetacrilato, preenchedor definitivo, é uma das opções disponíveis.

Utilizado para redefinir o contorno corporal, promove a volumização a partir do estímulo duradouro à produção de colágeno.

Tem potencial para corrigir a lipoatrofia em áreas com perda de volume corporal e redefinir o contorno em áreas que necessitam de ajustes na volumização.

No caso de pacientes soropositivos, é orientado pela própria Organização Mundial de Saúde a correção da lipoatrofia facial com o PMMA-Polimetilmetacrilato.

A bioplastia com PMMA é um procedimento com baixo índice de complicações, reconhecido pela OMS, ANVISA e FDA (Food and Drug Administration- ANVISA americana).

Inclusive já é respaldado pelo Ministério da Saúde, em Portarias como a nº 2852/04, o direito à realização de procedimentos com aplicações de PMMA em pacientes soropositivos, com acesso gratuito e universal aos serviços do Sistema Único de Saúde, respeitados os critérios de inclusão do referido Ministério.

Sobre esse tema, foi realizado um estudo com 41 pacientes apresentando lipoatrofia facial, submetidos à aplicação de PMMA no Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF) e na clínica Plastic Center, Clínica de Cirurgia Plástica em Juiz de Fora, no período entre janeiro de 2010 e fevereiro de 2012.

Os resultados obtidos pela bioplastia com PMMA, no estudo, foram considerados satisfatórios pelos pacientes.

E lembre-se: o PMMA requer aplicação por médico com CRM ativo.

Lembre-se sempre de procurar seu médico de confiança!

(Caso seja de seu interesse, escrevemos um texto sobre o uso do PMMA em correção de distrofias musculares como a Síndrome Poland e a correção de sequelas de Poliomelite, por exemplo. Clique aqui e saiba mais!)

Outras técnicas

Conforme menciona ainda a Portaria do Ministério da Saúde nº 2852 de 02 de dezembro de 2004, a lipodistrofia é um desequilíbrio da distribuição de gordura que pode ser tratado, em linhas mais gerais, com preenchimento ou lipoaspiração.

Preenchimento temporário

Aqui temos a opção tanto de preenchedores temporários que requerem novas aplicações, quanto preenchimento definitivo, sem necessidade de reaplicação- o PMMA discutido logo acima.

Lipoaspiração

É o tratamento cirúrgico da lipohipertrofia com sucção da gordura.

Lipoenxertia

Técnica para correção de lipoatrofia com inserção da gordura do próprio paciente.

Implante de Prótese de Silicone

Opção cirúrgica para lipoatrofia de algumas regiões.

Exercícios Físicos e Alimentação

A prática de exercícios físicos e uma alimentação saudável e balanceada podem auxiliar na manutenção da massa muscular, por exemplo.

É uma estratégia terapêutica não-medicamentosa e não-cirúrgica coadjuvante para amenizar ou retardar o desenvolvimento de alguns eventos adversos decorrentes do HIV ou do TARV, por exemplo.

Agora você conhece um pouco mais sobre a lipodistrofia, seus tipos principais e alguns tratamentos disponíveis para a correção tanto da lipoatrofia quando da lipohipertrofia

Está munido(a) de um pouco mais de informações para decidir, conjuntamente com seu médico de confiança, qual o melhor caminho terapêutico a ser seguido.

Referências

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Anvisa esclarece sobre indicações do PMMA. Disponível em: <https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2018/anvisa-esclarece-sobre-indicacoes-do-pmma#:~:text=O%20produto%20est%C3%A1%20autorizado%20para>. Acesso em: 8 fev. 2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 2582, de 02 de dezembro de 2004. Brasília, 2004. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2004/prt2582_02_12_2004.html>. Acesso em: 8 fev. 2023.

DORNELAS, M. et al. Bioplastia na lipodistrofia de pacientes com HIV/AIDS [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://www.laboratoriolebon.com.br/_files/ugd/8e05e8_4e8ac5a32ac94ce899631d79fb29ec42.pdf>. Acesso em: 8 fev. 2023.

FARINA R. et al. Riding-trousers-like type of pelvicrural lipodystrophy (trochanteric lipomatosis). Br J Plast Surg. 1960;13:174-8. Disponível em: <https://www.jprasurg.com/article/S0007-1226(60)80034-3/pdf>. Acesso em: 8 fev. 2023.

FERNANDES, M. et al. Trochanteric dermolipectomy in a patient after bariatric surgery: case report. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica (RBCP) – Brazilian Journal of Plastic Sugery, v. 35, n. 2, p. 249–253, 2020. Disponível em: <http://www.rbcp.org.br/details/2756/trochanteric-dermolipectomy-in-a-patient-after-bariatric-surgery—case-report>. Acesso em: 8. fev. 2023.

MINISTÉRIO DA SAÚDE, Manual de Tratamento da Lipoatrofia Facial Recomendações para o Preenchimento Facial com Polimetilmetacrilato em Portadores de HIV/AIDS. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://www.saudedireta.com.br/docsupload/1340370403man_lipoatrofia03-web.pdf>. Acesso em: 8 fev. 2023.

MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Vigilância em Saúde Programa Nacional de DST e Aids. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_adesao_tratamento_hiv.pdf>. Acesso em: 08 fev. 2023.

Dr.

Túlio Souza

Médico formado pela Universidade Federal de Santa Maria (RS) com mais de 14 anos de experiência em preenchimentos definitivos. Aprendi sobre preenchimento com os criadores da técnica no mundo: Dr. Gottfried Lemperle e Almir Nacul. Minha missão é levar procedimentos sérios e seguros aos nossos pacientes, sejam eles estéticos ou reparadores.

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