Você já ouvir falar sobre dismorfia corporal? Sabe o que significa de fato?
Abordar temáticas como imagem corporal e os chamados “padrões de beleza” é um assunto complexo e que rende!
Se remontarmos aos padrões de beleza hollywoodianos impostos ao longo das décadas pelo cinema e pela televisão, estaremos diante de normas rígidas de aceitação social do corpo.
Hoje, em contraponto, felizmente reconhecemos que a diversidade é o que torna a sociedade bela, com diferentes corpos expressando a autenticidade e a beleza singular que existe em cada um.
Apesar disso, o fenômeno das redes sociais trouxe consigo uma espécie de “vitrine social”, implacável e altamente crítica, um verdadeiro dedo no gatilho para quem já possui a autoestima fragilizada.
É nesse contexto que disfunções de imagem, como a dismorfia corporal, entram em cena. Por vezes, na busca incessante pelos famigerados “likes”, algumas pessoas cruzam a linha tênue entre valorização da beleza natural e o exagero em procedimentos estéticos.
Saber detectar isso e quando parar de intervir é fundamental para a saúde física e mental.
Neste texto, iremos abordar esse assunto polêmico, mas bastante atual, focalizando na análise científica da questão sem deixar de lado o aspecto da pressão pela estética corporal.
Vamos nessa? Então boa leitura!
DESCUBRA NA LEITURA DESSE TEXTO
- O que é a dismorfia corporal? Como saber os limites de intervenção no corpo e imagem pessoal?
- O impacto da dismorfia corporal na saúde mental
- Superando a dismorfia corporal: passos para autoaceitação
- Promoção de uma imagem corporal positiva
- Qual o papel do seu médico
- Abraçando a imagem corporal positiva
O que é a dismorfia corporal? Como saber os limites de intervenção no corpo e imagem pessoal?
Antes de mais nada, é preciso explicar o que é a dismorfia corporal.
De forma resumida, é quando a pessoa tem uma visão distorcida e negativa de sua aparência física.
Também conhecida como transtorno dismórfico corporal (TDC), faz com que a pessoa se preocupe excessivamente com supostas imperfeições em seu corpo, mesmo que sejam mínimas ou inexistentes.
A dismorfia corporal afeta tanto homens quanto mulheres e pode ter um impacto significativo na qualidade de vida e na saúde mental da pessoa.
Caracterizada por pensamentos obsessivos sobre a aparência física, pode levar a comportamentos compulsivos para tentar corrigir ou esconder as supostas imperfeições.
Essas preocupações constantes podem consumir a pessoa, interferindo em suas atividades diárias e relacionamentos. A dismorfia corporal também pode levar à evitação de situações sociais, isolamento e baixa autoestima.
Diante disso, reconhecer os limites de intervenção corporal é muito importante. Contudo, como fazer para ter esse entendimento?
Primeiramente, um profissional de saúde mental é a pessoa habilitada para reconhecer, diagnosticar e orientar um plano terapêutico para a dismorfia corporal.
Nessa fase inicial de identificação do problema, a família e o ciclo social da pessoa podem ser de grande ajuda, estimulando a busca por esse profissional.
Nessa mesma esteira, o médico assistente dessa pessoa também possui a responsabilidade de auxiliar e até mesmo impor limites para esses pacientes.
O impacto da dismorfia corporal na saúde mental
A dismorfia corporal pode ter um impacto significativo na saúde mental de uma pessoa.
A preocupação constante com a aparência física e a obsessão por supostas imperfeições podem levar à ansiedade, depressão e baixa autoestima, conforme preconiza o DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais).
A pessoa pode se sentir desesperada e sem esperança, acreditando que nunca conseguirá alcançar a aparência desejada. Além disso, a dismorfia corporal pode levar ao isolamento social e à dificuldade em estabelecer relacionamentos saudáveis.
Os sintomas da dismorfia corporal podem variar de pessoa para pessoa, mas podem até mesmo incluir a evitação de espelhos ou reflexos, comparação constante com os outros, busca por validação externa, comportamentos compulsivos, como checar o espelho repetidamente ou buscar cirurgias plásticas desnecessárias.
Tudo isso com impacto negativo na autoestima e na qualidade de vida.
Superando a dismorfia corporal: passos para autoaceitação
Embora superar a dismorfia corporal possa ser um desafio, é possível alcançar a autoaceitação e uma imagem corporal positiva. Aqui estão alguns passos que podem ajudar nesse processo:
- Reconheça e desafie pensamentos distorcidos: Identifique os pensamentos negativos e distorcidos sobre sua aparência física e tente desafiá-los. Pergunte-se se esses pensamentos são baseados em fatos ou se são apenas percepções distorcidas.
- Pratique a autocompaixão: Cultive a autocompaixão e seja gentil consigo mesmo. Reconheça que todos têm imperfeições e que a aparência física não define sua autoestima ou valor como pessoa.
- Desenvolva uma relação saudável com seu corpo: Concentre-se em cuidar do seu corpo de maneira saudável, em vez de buscar a perfeição. Pratique exercícios físicos que você goste, alimente-se de forma equilibrada e durma o suficiente.
- Procure apoio emocional: Busque apoio de amigos, familiares ou profissionais de saúde mental. Ter alguém com quem você possa conversar sobre seus sentimentos e preocupações pode ser extremamente útil durante o processo de superação da dismorfia corporal.
- Evite comparações prejudiciais: Evite comparar sua aparência com a de outras pessoas, especialmente nas redes sociais. Lembre-se de que as imagens compartilhadas nas redes sociais nem sempre refletem a realidade e que a verdadeira beleza vem de dentro.
Promoção de uma imagem corporal positiva
Primeiramente, promover uma imagem corporal positiva é essencial para superar a dismorfia corporal e cultivar a autoaceitação. Aqui estão algumas maneiras de promover uma imagem corporal positiva:
- Diversidade na mídia: Exija maior diversidade na mídia, incluindo diferentes tipos de corpos, tamanhos e aparências físicas. Apoie marcas e empresas que promovam isso.
As redes sociais desempenham um papel significativo na dismorfia corporal. A exposição constante a imagens idealizadas de corpos “perfeitos” pode levar a comparações prejudiciais e baixa autoestima.
É importante lembrar que as imagens compartilhadas nas redes sociais nem sempre refletem a realidade. Limitar o tempo gasto nas redes sociais e seguir contas que promovam a diversidade e a aceitação do corpo pode ajudar a reduzir o impacto negativo nas percepções da imagem corporal.
- Educação sobre imagem corporal: Eduque-se sobre os padrões irreais de beleza e os efeitos prejudiciais da mídia na imagem corporal. Compreenda que a aparência física não é um indicador de valor ou felicidade.
- Celebre a individualidade: Valorize a individualidade e a diversidade de corpos. Aprecie as características únicas que tornam cada pessoa especial.
- Pratique o autocuidado: Priorize o autocuidado e o bem-estar emocional. Dedique tempo para atividades que tragam alegria e relaxamento, como hobbies, exercícios físicos ou meditação.
Qual o papel do seu médico
Assim, diante de qualquer atendimento, o seu médico de confiança precisa ter a sensibilidade e o bom senso para saber a hora de recomendar ou não recomendar um procedimento.
Para isso, é importante que a experiência do profissional seja levada em conta, pois o histórico de pacientes do médico analisado poderá oferecer pistas sobre um atendimento ético e dotado de bom senso na recomendação das intervenções estéticas.
É importante que o profissional saiba impor limites aos desejos dos pacientes quando estes oferecerem riscos acima do habitual, por exemplo, ou estiverem claramente desconexos com a realidade tangível das possibilidades de resultados.
Abraçando uma imagem corporal positiva
Superar a dismorfia corporal é um processo desafiador, mas possível.
Ao reconhecer e desafiar pensamentos distorcidos, cultivar a autocompaixão, buscar apoio emocional e promover uma imagem corporal positiva, é possível alcançar a autoaceitação e a felicidade com o próprio corpo.
Lembre-se de que a beleza verdadeira vem de dentro e que sua aparência física não define seu valor como pessoa.
Por conseguinte, abraçar a autoaceitação e promover uma imagem corporal positiva é um caminho para uma vida mais saudável e feliz.
Dessa forma, sua relação com seu corpo e os procedimentos que você fizer irão apenas ressaltar a beleza que já habita em você!
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Referências
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. Porto Alegre: Artmed, 2014. v. 5. ISBN 978-85-8271-089-0
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NÁCUL, Dr. Almir. Bioplasty, the Interactive Plastic Surgery: How a physician must advise his patients. Editora Quintessence, 1 jan. 2018.